terça-feira, 10 de julho de 2018

O que é o TOC?




O que é o TOC

O TOC é um transtorno mental caracterizado pela presença de obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens indesejáveis e involuntários, que invadem a consciência causando acentuada ansiedade ou desconforto e obrigando o indivíduo a executar rituais ou compulsões que são atos físicos ou mentais realizados em resposta às obsessões, com a intenção de afastar ameaças (contaminação, a casa incendiar), prevenir possíveis falhas ou simplesmente aliviar um desconforto físico. No TOC os indivíduos procuram ainda evitar o contado com determinados lugares (por exemplo, banheiros públicos, hospitais, cemitérios), objetos que outras pessoas tocam (dinheiro, telefone público, maçanetas) ou até mesmo pessoas (mendigos, pessoas com algum ferimento) como forma de obter alívio dos seus medos e preocupações. São as evitações.

Os sintomas do TOC

Uma das características intrigantes do TOC é a diversidade dos seus sintomas (medos de contaminação/lavagens, dúvidas excessivas seguidas de verificações, preocupação exagerada com ordem/simetria ou exatidão, pensamentos de conteúdo inaceitável (violência, sexuais, ou blasfemos), compulsão por armazenar objetos sem utilidade e dificuldade em descarta-los - ou colecionismo). Um mesmo indivíduo pode apresentar uma diversidade de sintomas, embora geralmente exista um que predomine.

O diagnóstico do TOC

Para  que seja estabelecido o diagnóstico de TOC é necessário que as obsessões ou compulsões consumam um tempo razoável (por exemplo, tomam mais de uma hora por dia) ou causem desconforto clinicamente significativo, ou comprometam a vida social, ocupacional, acadêmica ou outras áreas importantes do funcionamento do indivíduo. Os sintomas obsessivo-compulsivos não podem ser atribuídos ao efeito fisiológico direto de uma substancia (p.ex. droga de abuso ou a uma medicação) ou a outra condição médica como doenças psiquiátricas, que também podem ter entre seus sintomas - obsessões e ou compulsões (por exemplo: dependência a drogas, comer compulsivo, jogo patológico). As obsessões e compulsões também  não podem ser consequência de doenças neurológicas.

Epidemiologia

Considerado raro até a pouco tempo, o TOC é um transtorno mental bastante comum, acometendo aproximadamente um em cada 40  a 60 indivíduos ou ao redor de 2,5% das pessoas ao longo da vida, ou ao redor de 1% em determinado momento. No Brasil, é provável que existam ao redor de 2 milhões de indivíduos com o transtorno. Seu início em geral é na adolescência mas, não raro, na infância. Os sintomas podem ser de intensidade leve, mas não raro são muito graves e até incapacitantes. O TOC tende a ser crônico, com os sintomas crescendo ou diminuindo de intensidade ao longo do tempo. Se não tratado pode acompanhar o indivíduo ao longo de toda a sua vida, pois raramente melhora espontaneamente.

Por que o TOC é importanteO TOC é considerado uma doença mental importante por vários motivos: é um transtorno bastante comum, que  começa geralmente muito cedo - muitas vezes ainda na infância e em geral na adolescência.  Se não for tratado é raro o desaparecimento espontâneo dos sintomas que tendem se manter por toda a vida com flutuações na intensidade, com períodos em que praticamente desaparecem, seguidos de outros em que retornam com grande intensidade.
Os sintomas não raro são muito graves e incapacitantes, causa sofrimento e interferência significativa nas relações sociais e familiares e no desempenho ocupacional. Pesquisas apontam que pessoas com TOC tendem a ser divorciadas, desempregadas, de baixo nível sócio econômico e ainda costumam utilizar mais os serviços de saúde do que a população geral.
Considerado raro até a pouco tempo, sabe-se hoje que o TOC é um transtorno mental bastante comum, acometendo entre 1,6 a 2,3% das pessoas ao longo da vida, ou 1.2% no período de 12 meses. Um estudo realizado em nosso meio verificou uma prevalência de 3,3% de TOC e 18,3% de sintomas obsessivo-compulsivos em alunos do ensino médio em Porto Alegre.No entanto, apesar desses altos índices, apenas um reduzido número de adolescentes já havia sido diagnosticado com TOC anteriormente à pesquisa (9,3%) e um percentual ainda menor recebia tratamento para a doença (6,7%).Calcula-se que aproximadamente um em cada 40 a 60 indivíduos na população apresenta o TOC e é provável que no Brasil existam entre 3 e 4 milhões de pessoas acometidas pela doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o TOC é o quarto transtorno psiquiátrico mais comum, precedido apenas pela depressão, fobia social e abuso de substâncias. Foi considerado a quinta causa de incapacitação em mulheres dos 15 aos 44 anos nos países em desenvolvimento,sendo responsável por 2.2% da incapacitação por doenças em geral.
 Os sintomas não raro são muito graves e em aproximadamente 10% dos casos, os pacientes se tornam incapacitados para o trabalho, tornando-se inteiramente dependentes da família tanto no sentido financeiro como para a tomada das decisões mais banais. Um bom número de indivíduos afetados gasta uma partesignificativa do tempo de suas vidas na execução de rituais inúteis ou envolvidos em dúvidas e medos obsessivos. Em alguns casos o tempo consumido chega a um terço dos anos de vida ou até mais. O TOC está associado a um alto índice de demissões no trabalho em razão da interferência dos sintomas na produtividade. Está associado também a uma taxa maior de insucesso em levar adiante uma carreira, comprometendo portanto, de forma inequívoca, a vida do indivíduo e de sua família. Os indivíduos com TOC apresentam sérias dificuldades para conviver com as outras pessoas, para namorar e constituir sua própria família,tendo como consequências o isolamento social e a depressão.
Apesar das marcadas interferências na capacidade de viver o TOC ainda costuma ser sub-diagnosticado e muitos pacientes não buscam tratamento ou demoram muito tempo para fazê-lo. Estudo multicêntrico realizado no Brasil apontou que o tempo médio entre o início dos sintomas e a busca por tratamento em amostra de adultos pode chegar até 18,1 anos. Isto pode acontecer pelo fato de que o transtorno nem sempre é reconhecido como tal pelos indivíduos afetados ou por seus familiares, por ser ainda pouco investigado pelos profissionais da saúde quando fazem a avaliação dos seus pacientes e pelo receio que muitos indivíduos afetados apresentam de expor seus sintomas por vergonha e medo de serem ridicularizados e de sofrerem possíveis humilhações.
Os sintomas do TOC interferem de forma acentuada na vida da família que se sente obrigada a alterar rotinas, e seu funcionamento, a acomodar-se aos sintomas, muitas vezes participando dos rituais. É comum a restrição ao uso sofás, camas, roupas, toalhas, louças e talheres, bem como ao acesso a determinados locais da casa. Outros problemas típicos são a demora no banho, as lavagens excessivas das mãos, das roupas e do piso da casa. Em razão dessas exigências e imposições geral, são comuns as discussões e atritos, no sentido de não interromper os rituais ou de participar deles, dificuldades para sair de casa, atrasos, que comprometem em especial o lazer e a vida social da família. O TOC acaba, portanto, tendo repercussões sobre toda a família. Não raramente, os conflitos e dificuldades de relacionamento provocam a separação ou o divórcio de casais ou a demissão de empregos.
Por todos esses motivos o deve ser considerado um transtorno mental grave comparável em gravidade e em anos de incapacitação a transtornos psiquiátricos como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, e como um importante problema de saúde.
Fonte: http://www.ufrgs.br

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Acumular silêncios tem seu preço



Algumas vezes, usar o silêncio como resposta costuma ser interpretado como desprezo. Se pensamos no ditado popular que diz: “Não há desprezo maior que não demonstrar apreço”, percebemos como o silêncio pode ser uma arma que fere e machuca, quando usado para resolver conflitos.
Outras vezes, o silêncio é usado para não ferir nem perturbar ninguém, então “nos calamos pra não ferir o próximo”. Alimentamos a ideia de que os demais não são capazes de suportar a realidade, então decidimos que o melhor é ignorar as coisas e deixá-las como elas são. Fazemos isso mesmo sabendo que, em algumas situações, calar nada mais é do que uma forma de mentir. Uma mentira é sempre uma mentira, independentemente da maneira que a expressemos… com palavras ou não.
É como diz o provérbio, “O silêncio é o ruído mais alto, talvez o mais alto de todos os ruídos.” Mas, na minha opinião, quando o silêncio se acumula, gera muito mais dor. É preferível manifestar o que sentimos e pensamos, pois dessa maneira teremos a opção de escolher entre diferentes soluções, e aliviaremos a carga que é lidar com o silêncio.
Com o passar o tempo, seremos capazes de dizer as palavras e dar sentido aos silêncios que deveriam ter sido expressados. Caso contrário, a carga que eles têm ficará muito pesada, até que chegará o momento em que não fará mais sentido reclamar de situações que decidimos ignorar. Então, voltaremos a nos calar, reiteradamente, de maneira temporária ou definitiva, mas sem nunca soltar o peso. A dimensão e a magnitude do silêncio continuarão a nos prender no tempo – presente, passado ou futuro.
Pessoalmente, acredito que a melhor opção seja expressar, com respeito e cuidado, tudo o que sentimos. O silêncio pode acabar sendo um ruído ou um tremor, que prevê o acontecimento de uma catástrofe. Prefiro apostar sempre no valor e na verdade das palavras.
Fonte: http://www.psicologiasdobrasil.com.br
Imagem: https://encrypted-tbn0.gstatic.com

Estilo

Patchwork

Decora

Crochet