terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Transtorno de Personalidade Antissocial: Sintomas e Tratamento

 O transtorno da personalidade antissocial é um transtorno mental, também conhecido por psicopatia, que se caracteriza por um padrão de comportamento de indiferença e violação dos direitos de outras pessoas. Geralmente, estas pessoas são agressivas, insensíveis e têm uma grande dificuldade em se adaptar às regras da sociedade, desrespeitando-as e e violando-as.

As causas que estão na sua origem podem ser hereditárias, estar relacionadas com deficiências nas estruturas cerebrais da pessoa ou mesmo serem influenciadas pelo ambiente.

Transtorno de Personalidade Antissocial: Sintomas e Tratamento

Quais os sinais e sintomas

O antissocial ou psicopata é uma pessoa com falta de empatia e insensível com os sentimentos dos outros, violando os seus direitos e sendo incapaz de se sujeitar às regras impostas pelas sociedade, porque não tem capacidade de perceber o sofrimento alheio, podendo ainda ter comportamentos criminais, já que estas pessoas não têm remorsos pelos atos violentos cometidos, o que torna este transtorno mental tão perigoso. Veja como identificar um psicopata.

Estas pessoas parecem não entender ou não se importar com aquilo que a sociedade considera certo ou errado, comportando-se de forma inadequada, sem demonstrar qualquer tipo de arrependimento pelos seus atos. Possuem dificuldades em seguir um plano de vida, mudando constantemente de emprego e não sabendo administrar seus gastos.

Os primeiros sinais do transtorno de personalidade antissocial surgem na infância ou no início da adolescência, em que as crianças começam a mostrar comportamentos inadequados, violando os direitos básicos de outras pessoas e regras sociais relevantes e apropriadas para a idade. Se este transtorno permanecer na vida adulta, é muito provável que o indivíduo seja diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial.

São ainda comuns atos como roubo, furto, destruição de propriedade, desrespeito pelas pessoas, mentiras compulsivas, impulsividade, agressividade e manipulação, sendo que estas pessoas são capazes de fazer qualquer coisa para terem aquilo que desejam.

O transtorno da personalidade antissocial trata-se de um transtorno crônico, no entanto é possível observar uma melhora no comportamento de algumas pessoas à medida que vão envelhecendo, no entanto é comum que sejam  presos antes disso, ainda na idade jovem devido a crimes cometidos.

Transtorno de Personalidade Antissocial: Sintomas e Tratamento

Como é feito o diagnóstico

O transtorno de personalidade antissocial é difícil de ser diagnosticado, já que existe uma grande dificuldade em distingui-la de outros transtornos mentais com alguns sintomas semelhantes, como a esquizofrenia, a epilepsia do lobo temporal, presença de lesões e tumores no cérebro, ou mesmo o uso substâncias psicoativas, e por isso, todos estes fatores devem ser excluídos antes de se confirmar o diagnóstico.

Geralmente realiza-se uma entrevista, tendo também em conta todo o histórico da pessoa, que pode ser feito com ajuda de relatos do próprio paciente e de familiares próximos, assim como a recolha de informações acerca do histórico dos familiares devido a fatores hereditários.

Como saber se uma pessoa é antissocial?

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais enumera os seguintes critérios para o diagnóstico do transtorno:

1. Desprezo e violação dos direitos das outras pessoas, que ocorre desde os 15 anos de idade, indicado por 3 ou mais dos seguintes:

·         Dificuldade de obedecer a normas sociais, tendo comportamentos que são motivos para a detenção;

·         Tendencia à falsidade, usando mentiras repetidas, nomes falsos ou tendo comportamentos fraudulentos por prazer pessoal;

·         Impulsividade ou fracasso para fazer planos para o futuro;

·         Irritabilidade e agressividade, resultando em lutas e agressões físicas;

·         Indiferença pela própria segurança ou pela dos outros;

·         Irresponsabilidade em se manter consistente no trabalho ou honrar obrigações financeiras;

·         Inexistência de remorsos por ter ferido, maltratado ou roubado outras pessoas.

2. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade;

3. Evidências de transtorno do comportamento que surgiram antes dos 15 anos de idade;

4. Comportamento antissocial que não se dá exclusivamente durante o curso da esquizofrenia ou transtorno bipolar.


Como é feito o tratamento

Desvendar as origens do problema é o primeiro passo para preveni-lo. Outro fator que contribui para a melhora do comportamento da pessoa com o transtorno, está ligado à formação de vínculos afetivos, como o casamento, por exemplo.

O tratamento para este transtorno é difícil de fazer e depende da severidade dos sintomas, da vontade da pessoa ser tratada e da sua colaboração no tratamento e pode ser feita com psicoterapia e medicamentos.

Ainda não existem medicamentos específicos para o transtorno de personalidade antissocial mas o médico pode receitar remédios que geralmente são usados para tratar a ansiedade e a depressão, ou que controlem os comportamentos agressivos, no entanto, deve-se ter muito cuidado porque algumas pessoas podem fazer um uso abusivo dessas drogas. 

Possíveis causas 

As causas deste transtorno ainda não são totalmente conhecidas, mas pensa-se que o transtorno antissocial possa ser hereditário, sendo que os filhos de pessoas com transtorno antissocial têm um maior risco de o desenvolver também. Além disso, podem existir deficiências nas estruturas cerebrais destas pessoas, sendo que o ambiente desempenha também um papel importante para a manifestação deste comportamento.

O transtorno pode também ser resultado de fatores durante a gestação, que podem alterar o desenvolvimento cerebral do bebê, como o uso de cigarros, bebidas alcoólicas ou substâncias ilícitas por parte da grávida, que têm um impacto negativo no feto, assim como a ingestão insuficiente de nutrientes como proteínas, ferro, zinco, ômega-3.

Durante o desenvolvimento da criança, o ambiente familiar em que está inserida, também contribui para o seu desenvolvimento emocional, sendo que é muito importante que desde cedo se estabeleça uma boa relação entre a mãe e o filho, já que separações, maus tratos e negligência nesse momento da vida da criança, podem-se refletir mais tarde na idade adulta, podendo torná-las agressivas e aumentar as chances de desenvolver o transtorno da personalidade antissocial

 Por Claudia Faria - Psicóloga

Fonte: https://www.tuasaude.com/transtorno-de-personalidade-antissocial/

Como identificar um psicopata

 Por Claudia Faria - Psicóloga.

A psicopatia é um transtorno psicológico caracterizado por comportamentos antissociais e impulsivos, além de desprezo e falta de empatia com os outros. A pessoa psicopata tende a ser bastante manipuladora e centralizadora, apresentando, assim, comportamentos extremamente narcisistas e não se responsabilizando por nenhuma de suas atitudes.

O diagnóstico da psicopatia é feito por um psiquiatra baseado na escala de Robert Hare, em que o médico avalia e pontua a pessoa de 0 a 2 de acordo com as características comportamentais analisadas. Ao fim, o médico compara o valor obtido com a escala para verificar o grau de psicopatia.

Como identificar um psicopata

Apesar dos psicopatas serem muitas vezes retratados em filmes e séries como pessoas extremamente agressivas, esse comportamento não é característico dos psicopatas. Nem sempre as pessoas psicopatas desenvolvem esse tipo de agressividade, sendo mais característico o poder de manipulação, o egocentrismo e a falta de empatia.

A psicopatia pode acontecer tanto em homens quanto em mulheres, sendo as características mais evidentes em homens a partir dos 15 anos, enquanto que nas mulheres o diagnóstico é mais difícil pelo fato de não terem tantos comportamentos impulsivos. Esse transtorno psicológico pode acontecer devido a diversas situações, como por exemplo alterações cerebrais, devido a fatores genéticos e, principalmente, traumas de infância, como abuso sexual e emocional, violência e conflitos dentro de casa, por exemplo.

Principais características

Os psicopatas são incapazes de formar qualquer vínculo emocional, possuindo, muitas vezes, relacionamentos superficiais e pouco duradouros. Além disso, são manipuladores e mentem de forma natural, podendo até mesmo fingir emoções mesmo que não consiga senti-las.

As principais características que ajudam a identificar um psicopata são:

1. Falta de empatia

A falta de empatia é uma das características mais importantes para identificar o psicopata. Isso porque as pessoas que possuem traços de psicopatia são indiferentes e insensíveis aos sentimentos dos outros, não demonstrando qualquer reação, seja feliz ou triste.

Porém, como conseguem mentir muito bem, podem fingir emoções ou se solidarizar com uma pessoa, mesmo sem se importar, sendo por isso difícil identificar a falta de empatia.

2. Comportamento impulsivo

Como não se importam com os outros apenas consigo mesmo, os psicopatas tentem a tomar atitudes impulsivas, sem levar em consideração as outras pessoas e sem pensar nos prós e nos contras de determinadas ações. Além disso, não costumam lidar bem com rejeição e frustração, podendo apresentar comportamento agressivo.

3. Não assumem culpa

Os psicopatas normalmente não se responsabilizam pelas suas atitudes, sempre acham que estão certos e, por isso, colocam sempre a culpa nos outros. Como nunca reconhece o seu erro, também não sente remorso de qualquer coisa que tenha feito.

4. Egocentrismo

As pessoas com traço de psicopatia costumam achar que devem ser o centro das atenções, já que se consideram super importantes, podendo esse comportamento ser descrito como narcisismo. Saiba quais são as características de uma pessoa narcisista.

5. Mentiras em excesso

Os psicopatas costumam mentir em excesso, até mesmo sem se dar conta de que estão falando mentiras. Normalmente essas mentiras são faladas com o objetivo de enganar as pessoas e, até mesmo, manipulá-las para ganhar sua confiança.

Como é feito o tratamento

O tratamento da psicopatia é feito por um psiquiatra, sendo normalmente recomendadas sessões de psicoterapia, que podem ser feitas com o psicólogo, e uso de medicamentos que possam melhorar o quadro clínico.

A dificuldade no tratamento dos psicopatas é que os mesmos não se identificam com as características, muitas vezes julgando que seu comportamento é normal e não admitindo que possuem traços de psicopatia, o que faz com que não busquem ajuda psiquiátrica.

Fonte: https://www.tuasaude.com/como-reconhecer-um-psicopata/

terça-feira, 20 de outubro de 2020

 

O que é esquizofrenia residual? Psiquiatra explica!

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A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico em que o doente ouve vozes e vê pessoas que não existem. Além disso, casos em que os pacientes acreditam estarem sendo perseguidos ou ameaçados são frequentes. Como é um quadro complexo e com várias particularidades, a doença foi dividida em alguns subtipos. Um deles é a esquizofrenia residual.

 

Dificuldade para expressar emoções faz parte da esquizofrenia residual

 

“Esquizofrenia residual é um quadro mais tardio, em que os sintomas chamados de ‘negativos’ passam a ser mais proeminentes”, afirma a psiquiatra Paula Alves. Nestes casos, os delírios e alucinações, que fazem parte dos sintomas positivos, apesar de ainda presentes, são menos evidentes que as mudanças de comportamento.

Os sintomas negativos da esquizofrenia estão ligados ao embotamento afetivo e à falta de vontade. Podem ser citados a lentificação motora, hipoatividade, passividade e falta de iniciativa, falta de cuidados pessoais e pouca comunicação verbal e não-verbal, o que inclui redução nos gestos, contato ocular, expressões faciais e até mudanças no tom de voz.

 

Continuação do tratamento é essencial para esquizofrenia residual

 

Quem tem mais dificuldade para tratar estes sintomas precisa receber cuidados especiais. “Pacientes com esquizofrenia residual necessitam de acompanhamento constante, o que inclui não só medicações, mas também suporte psicossocial”, recomenda a profissional. A ajuda da família, de psicólogos e assistentes sociais colabora para melhorar o funcionamento social do paciente, facilitando sua reinserção na sociedade e reduzindo as crises.

Continuar utilizando os medicamentos recomendados pelo médico é essencial para que os sintomas negativos também sejam controlados. Ao deixar os remédios de lado, há risco de piora do quadro, com a volta de delírios e alucinações e maiores chances de internação. As medicações geralmente utilizadas são os antipsicóticos, mas existem também outros tipos. Por isso, é importante conversar com o psiquiatra, que vai conduzir o tratamento da melhor forma para cada caso.

 

Dra. Paula Alves é psiquiatra, formada em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e atende no Rio de Janeiro. CRM-RJ: 52-98519-8

 

Foto: Shutterstock

terça-feira, 10 de julho de 2018

O que é o TOC?




O que é o TOC

O TOC é um transtorno mental caracterizado pela presença de obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens indesejáveis e involuntários, que invadem a consciência causando acentuada ansiedade ou desconforto e obrigando o indivíduo a executar rituais ou compulsões que são atos físicos ou mentais realizados em resposta às obsessões, com a intenção de afastar ameaças (contaminação, a casa incendiar), prevenir possíveis falhas ou simplesmente aliviar um desconforto físico. No TOC os indivíduos procuram ainda evitar o contado com determinados lugares (por exemplo, banheiros públicos, hospitais, cemitérios), objetos que outras pessoas tocam (dinheiro, telefone público, maçanetas) ou até mesmo pessoas (mendigos, pessoas com algum ferimento) como forma de obter alívio dos seus medos e preocupações. São as evitações.

Os sintomas do TOC

Uma das características intrigantes do TOC é a diversidade dos seus sintomas (medos de contaminação/lavagens, dúvidas excessivas seguidas de verificações, preocupação exagerada com ordem/simetria ou exatidão, pensamentos de conteúdo inaceitável (violência, sexuais, ou blasfemos), compulsão por armazenar objetos sem utilidade e dificuldade em descarta-los - ou colecionismo). Um mesmo indivíduo pode apresentar uma diversidade de sintomas, embora geralmente exista um que predomine.

O diagnóstico do TOC

Para  que seja estabelecido o diagnóstico de TOC é necessário que as obsessões ou compulsões consumam um tempo razoável (por exemplo, tomam mais de uma hora por dia) ou causem desconforto clinicamente significativo, ou comprometam a vida social, ocupacional, acadêmica ou outras áreas importantes do funcionamento do indivíduo. Os sintomas obsessivo-compulsivos não podem ser atribuídos ao efeito fisiológico direto de uma substancia (p.ex. droga de abuso ou a uma medicação) ou a outra condição médica como doenças psiquiátricas, que também podem ter entre seus sintomas - obsessões e ou compulsões (por exemplo: dependência a drogas, comer compulsivo, jogo patológico). As obsessões e compulsões também  não podem ser consequência de doenças neurológicas.

Epidemiologia

Considerado raro até a pouco tempo, o TOC é um transtorno mental bastante comum, acometendo aproximadamente um em cada 40  a 60 indivíduos ou ao redor de 2,5% das pessoas ao longo da vida, ou ao redor de 1% em determinado momento. No Brasil, é provável que existam ao redor de 2 milhões de indivíduos com o transtorno. Seu início em geral é na adolescência mas, não raro, na infância. Os sintomas podem ser de intensidade leve, mas não raro são muito graves e até incapacitantes. O TOC tende a ser crônico, com os sintomas crescendo ou diminuindo de intensidade ao longo do tempo. Se não tratado pode acompanhar o indivíduo ao longo de toda a sua vida, pois raramente melhora espontaneamente.

Por que o TOC é importanteO TOC é considerado uma doença mental importante por vários motivos: é um transtorno bastante comum, que  começa geralmente muito cedo - muitas vezes ainda na infância e em geral na adolescência.  Se não for tratado é raro o desaparecimento espontâneo dos sintomas que tendem se manter por toda a vida com flutuações na intensidade, com períodos em que praticamente desaparecem, seguidos de outros em que retornam com grande intensidade.
Os sintomas não raro são muito graves e incapacitantes, causa sofrimento e interferência significativa nas relações sociais e familiares e no desempenho ocupacional. Pesquisas apontam que pessoas com TOC tendem a ser divorciadas, desempregadas, de baixo nível sócio econômico e ainda costumam utilizar mais os serviços de saúde do que a população geral.
Considerado raro até a pouco tempo, sabe-se hoje que o TOC é um transtorno mental bastante comum, acometendo entre 1,6 a 2,3% das pessoas ao longo da vida, ou 1.2% no período de 12 meses. Um estudo realizado em nosso meio verificou uma prevalência de 3,3% de TOC e 18,3% de sintomas obsessivo-compulsivos em alunos do ensino médio em Porto Alegre.No entanto, apesar desses altos índices, apenas um reduzido número de adolescentes já havia sido diagnosticado com TOC anteriormente à pesquisa (9,3%) e um percentual ainda menor recebia tratamento para a doença (6,7%).Calcula-se que aproximadamente um em cada 40 a 60 indivíduos na população apresenta o TOC e é provável que no Brasil existam entre 3 e 4 milhões de pessoas acometidas pela doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o TOC é o quarto transtorno psiquiátrico mais comum, precedido apenas pela depressão, fobia social e abuso de substâncias. Foi considerado a quinta causa de incapacitação em mulheres dos 15 aos 44 anos nos países em desenvolvimento,sendo responsável por 2.2% da incapacitação por doenças em geral.
 Os sintomas não raro são muito graves e em aproximadamente 10% dos casos, os pacientes se tornam incapacitados para o trabalho, tornando-se inteiramente dependentes da família tanto no sentido financeiro como para a tomada das decisões mais banais. Um bom número de indivíduos afetados gasta uma partesignificativa do tempo de suas vidas na execução de rituais inúteis ou envolvidos em dúvidas e medos obsessivos. Em alguns casos o tempo consumido chega a um terço dos anos de vida ou até mais. O TOC está associado a um alto índice de demissões no trabalho em razão da interferência dos sintomas na produtividade. Está associado também a uma taxa maior de insucesso em levar adiante uma carreira, comprometendo portanto, de forma inequívoca, a vida do indivíduo e de sua família. Os indivíduos com TOC apresentam sérias dificuldades para conviver com as outras pessoas, para namorar e constituir sua própria família,tendo como consequências o isolamento social e a depressão.
Apesar das marcadas interferências na capacidade de viver o TOC ainda costuma ser sub-diagnosticado e muitos pacientes não buscam tratamento ou demoram muito tempo para fazê-lo. Estudo multicêntrico realizado no Brasil apontou que o tempo médio entre o início dos sintomas e a busca por tratamento em amostra de adultos pode chegar até 18,1 anos. Isto pode acontecer pelo fato de que o transtorno nem sempre é reconhecido como tal pelos indivíduos afetados ou por seus familiares, por ser ainda pouco investigado pelos profissionais da saúde quando fazem a avaliação dos seus pacientes e pelo receio que muitos indivíduos afetados apresentam de expor seus sintomas por vergonha e medo de serem ridicularizados e de sofrerem possíveis humilhações.
Os sintomas do TOC interferem de forma acentuada na vida da família que se sente obrigada a alterar rotinas, e seu funcionamento, a acomodar-se aos sintomas, muitas vezes participando dos rituais. É comum a restrição ao uso sofás, camas, roupas, toalhas, louças e talheres, bem como ao acesso a determinados locais da casa. Outros problemas típicos são a demora no banho, as lavagens excessivas das mãos, das roupas e do piso da casa. Em razão dessas exigências e imposições geral, são comuns as discussões e atritos, no sentido de não interromper os rituais ou de participar deles, dificuldades para sair de casa, atrasos, que comprometem em especial o lazer e a vida social da família. O TOC acaba, portanto, tendo repercussões sobre toda a família. Não raramente, os conflitos e dificuldades de relacionamento provocam a separação ou o divórcio de casais ou a demissão de empregos.
Por todos esses motivos o deve ser considerado um transtorno mental grave comparável em gravidade e em anos de incapacitação a transtornos psiquiátricos como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, e como um importante problema de saúde.
Fonte: http://www.ufrgs.br

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Acumular silêncios tem seu preço



Algumas vezes, usar o silêncio como resposta costuma ser interpretado como desprezo. Se pensamos no ditado popular que diz: “Não há desprezo maior que não demonstrar apreço”, percebemos como o silêncio pode ser uma arma que fere e machuca, quando usado para resolver conflitos.
Outras vezes, o silêncio é usado para não ferir nem perturbar ninguém, então “nos calamos pra não ferir o próximo”. Alimentamos a ideia de que os demais não são capazes de suportar a realidade, então decidimos que o melhor é ignorar as coisas e deixá-las como elas são. Fazemos isso mesmo sabendo que, em algumas situações, calar nada mais é do que uma forma de mentir. Uma mentira é sempre uma mentira, independentemente da maneira que a expressemos… com palavras ou não.
É como diz o provérbio, “O silêncio é o ruído mais alto, talvez o mais alto de todos os ruídos.” Mas, na minha opinião, quando o silêncio se acumula, gera muito mais dor. É preferível manifestar o que sentimos e pensamos, pois dessa maneira teremos a opção de escolher entre diferentes soluções, e aliviaremos a carga que é lidar com o silêncio.
Com o passar o tempo, seremos capazes de dizer as palavras e dar sentido aos silêncios que deveriam ter sido expressados. Caso contrário, a carga que eles têm ficará muito pesada, até que chegará o momento em que não fará mais sentido reclamar de situações que decidimos ignorar. Então, voltaremos a nos calar, reiteradamente, de maneira temporária ou definitiva, mas sem nunca soltar o peso. A dimensão e a magnitude do silêncio continuarão a nos prender no tempo – presente, passado ou futuro.
Pessoalmente, acredito que a melhor opção seja expressar, com respeito e cuidado, tudo o que sentimos. O silêncio pode acabar sendo um ruído ou um tremor, que prevê o acontecimento de uma catástrofe. Prefiro apostar sempre no valor e na verdade das palavras.
Fonte: http://www.psicologiasdobrasil.com.br
Imagem: https://encrypted-tbn0.gstatic.com

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Enxaqueca Crônica: conhecer para tratar melhor



A enxaqueca é uma das dores de cabeça mais comuns. Acomete mais de 10% da população e é considerada pela Organização Mundial de Saúde como a 19ª doença no ranking de patologias incapacitantes. Até a puberdade, meninos e meninas são igualmente acometidos, mas depois da primeira menstruação, os fatores hormonais aumentam o risco de enxaqueca entre as mulheres que passam a ser as mais afetadas. Uma coisa importante a saber é que a enxaqueca ou migrânea é uma dor que acontece na forma de crises que duram de 4 a 72 horas e que podem se repetir algumas vezes no mês. Todavia, quando a dor passa a ser mais freqüente, o diagnóstico deve ser modificado para Migrânea Crônica e o tratamento segue uma orientação diferente.
É preciso distinguir a migrânea episódica da migrânea crônica. A forma crônica pode ser uma evolução da tipo episódica que foi aumentando em freqüência e diminuindo em intensidade, passando a ser constante e menos incômoda do que as crises fortes e incapacitantes, características da enxaqueca episódica. A transformação da enxaqueca episódica em enxaqueca crônica pode ocorrer por vários motivos, sendo o abuso de medicação analgésica uma das principais causas.
Na primeira classificação de "migrânea crônica" pela International Headache Society(IHS), uma das condições para a realização do diagnóstico era de que o paciente não tivesse história de abuso de medicação. Depois de algum tempo, especialistas observaram que o critério havia ficado muito restritivo e que muitas pessoas não podiam ser diagnosticadas e não se beneficiariam dos tratamentos propostos. Agora o critério ficou mais amplo e inclusivo, pois considera pacientes com mais de 15 dias de dor de cabeça por mês, independente do uso excessivo de medicamentos para enxaqueca.

Vejamos quais são os critérios da IHS para migrânea ou enxaqueca episódica do tipo comum(sem aura):
A – Pelo menos 5 ataques que preenchem os critérios B a D
B – Ataques de dor de cabeça durando de 4-72 horas (sem tratamento ou com tratamento mal sucedido)
C – Dor de cabeça com pelo menos duas das seguintes características:
  1. Localização unilateral
  2. Qualidade pulsátil
  3. Intensidade de dor de moderada a severa
  4. Agravada por atividade física ou causando evitação de atividade
D – Durante a dor de cabeça, pelo menos 1 dos seguintes:
  1. Náusea e/ou vômito
  2. Fotofobia e fonofobia
E – O quadro não pode ser atribuível a outras doenças
Essas são as características principais e necessárias para o diagnóstico de enxaqueca. Vale salientar que se o paciente toma uma medicação analgésica no início da crise ela pode não se desenvolver completamente e não ter todas as peculiaridades mencionadas. O ideal é que o médico obtenha a descrição de um episódio sem tratamento. Quando as crises de enxaqueca ocorrem menos de 1 vez por semana é possível fazer um tratamento voltado para o controle das crises. Porém, quando o número de crises ou, melhor ainda, o número de dias de dor por mês começa a aumentar estará indicado um tratamento do tipo preventivo ou profilático. Existem vários esquemas eficientes para esses casos e a escolha da terapia baseia-se nas particularidades de cada paciente.
Saindo da condição de enxaqueca com crises raras (na qual se dá tratamento só nos episódios) e de enxaqueca com crises freqüentes(na qual se indica tratamento preventivo), chegamos às situações em que a enxaqueca se torna uma companhia quase diária. Nesses casos, o paciente tem dor em mais de metade dos dias e não necessariamente tem o quadro típico de enxaqueca em boa parte do período. A dor pode ser mais leve, do tipo constante e por toda a cabeça, com dias mais fortes intercalados.

Vejamos quais são os critérios revisados pela IHS para migrânea ou enxaqueca crônica:
A – Dor de cabeça por 15 dias por mês ou mais, se estendendo por mais de 3 meses.
B – Ocorre em paciente que teve pelo menos 5 ataques que preencheram os critérios de Migrânea comum
C – Em mais de 8 dias por mês, nos últimos 3 meses, o paciente teve crises típicas de enxaqueca ou tratadas eficientemente por medicamentos tipo triptanos.
D – Não existe abuso de medicação e não é atribuível a outras doenças
Na prática, os grandes especialistas em dores de cabeça consideram como migrânea crônica qualquer cefaléia crônica diária, ou seja, com mais de 15 dias de dor/mês nos últimos 3 meses, tendo ou não história de abuso de medicamentos e que tenham atualmente ou no passado episódios típicos de enxaqueca. O conceito fica mais aberto e inclui pacientes com antecedentes claros de enxaqueca e que atualmente têm dor com muita freqüência.
Para esses pacientes, o tratamento deve ser bem discutido e os recursos terapêuticos mais avançados, utilizados. A combinação de vários medicamentos é freqüente em tais casos e os esquemas para tratamento de crises são escalonados para que o paciente não precise buscar auxílio no pronto-socorro. Recentemente foi aprovado o uso da toxina onabotulínica tpo A (Botox, Dysport) para tratamento da migrânea crônica. Em alguns pacientes proporciona um grande alívio, em outros se soma ao arsenal terapêutico para melhorar a eficácia geral.
O sucesso do tratamento da enxaqueca depende fundamentalmente de um bom diagnóstico e do uso proficiente dos recursos de tratamento disponíveis. O relacionamento terapêutico adequado entre médico e paciente também é imprescindível. Considerando que uma em cada duas residências possui alguém com enxaqueca, notamos como é necessário transmitir o conhecimento e promover o bem-estar a todos por meio de métodos cientificamente comprovado

Fonte: http://estadoneurologico.blogspot.com.br/

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Discalculia





O que é discalculia?


Conforme Araujo (2006, [s.p]) “A palavra discalculia vem do grego (dis, mal) e do latin (calculare, contar) formando: contando mal. Essa palavra por calculare vem, por sua vez, de cálculo, que significa o seixo ou um dos contadores em um ábaco”.
A discalculia é um distúrbio que dificulta a aprendizagem, pois impede que o indivíduo compreenda os processos matemáticos, mesmo que ela tenha um QI normal ou acima do normal.
De acordo com Belleboni (apud: GARCIA, 1998), a discalculia é uma dificuldade de aprendizagem evolutiva, que não causa lesão e que não é causada por nenhuma deficiência mental, défictis auditivos e nem pela má escolarização.
As crianças que apresentam esse tipo de dificuldade realmente não conseguem entender o que está sendo pedido nos problemas propostos pela professora. Não conseguem descobrir a operação pedida no problema: somar, diminuir, multiplicar ou dividir. Além disso, é muito difícil para elas entenderem as relações de quantidade, ordem, espaço, distância e tamanho. E isso algumas vezes é entendido pelos pais e professores como preguiça.
A criança não se interessa pela atividade pelo simples fato de não compreendê-la. “A discalculia apresenta-se como uma imaturidade das funções neurológicas ou uma disfunção sem lesão.” (BOMBONATTO, 2006, [s.p])


Os sinais da discalculia.


Os sinais da discalculia podem começar quando a criança inicia sua vida escolar na pré-escola.Outras criança começam a apresentar dificuldades um pouco mais tarde.Mas como podemos reconhecer discalculia no dia-a-dia da criança ou do adulto? Para determinar se uma criança ou adulto tem discalculia é necessária uma avaliação rigorosa de um psicologo ou médico. Depois de diagnosticada a dificuldade, a ajuda de um psicopedagogo é muito importante.A lista de dificuldades exposta abaixo, não deve ser considerada como completa, mas mostra os exemplos mais comuns de dificuldades especificas da matemática que caracterizam a discalculia. Porém, se uma pessoa manifesta a maioria dos problemas relacionados na listagem, isso indica que a pessoa apresenta dificuldades gerais em matemática , e não, discalculia.

Discalcúlicos Famosos

Quem disse que o discalcúlico não é uma pessoa capaz? Aqui temos alguns exemplos de pessoas com discaculia e que trouxeram para o mundo contribuições fantásticas.
- Benjamin Franklin: Inventor do pára-raios, aquecedor de Franklin e das lentes bifocais. Ele também deixou a escola aos 12 anos de idade, pois "falhava" em matemática. Ele é o "homem na nota de 100 dólares"
- Thomas Edison: Entre suas contribuições estão: lâmpada elétrica incandescente, o gramofone, o ditafone, o microfone entre outros. Ele saiu da escola aos 12 anos de idade, pois se achava "estupido".
- Hans Christian Andersen: Escritor dinamarquês de clássicos da literatura infantil, tais como, O Patinho Feio, Os Sapatinhos Vermelhos, O Soldadinho de Chumbo, A Pequena Sereia, dentre outros. Graduado na High School aos 23 anos de idade.
- Albert Eisntein: Propôs a Teoria da Relatividade e foi ganhador do Prêmio Nobel da Física de 1921.
- Cher: Atriz, cantora e produtora americana.
- Mary Tyler Moore: Atriz e comediante americana.

Os subtipos de discalculia

Segundo Garcia (1998, p. 213) a discalculia é classificada em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos de aprendizagem:

Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.
Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.
Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de simbolos matemáticos.
Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.
Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.
Texto extraído do Manual de Dificuldades de Aprendizagem - Jesus Nicasio Garcia - Ed. Artmed


Efeitos das Dificuldades de Aprendizagem da Matemática

Os efeitos das dificuldades de aprendizagem da matemática geralmente são diversos e vão além da área acadêmica especifica, afetando áreas como a atenção, a impulsividade, a perseverança, a linguagem, a leitura e a escrita.

Área de dificuldade: Atenção seletiva
Amostra de condutas
Parece não conseguí-lo.
Distraí-se com estímulos irrelevantes.
Conexões e desconexões.
Fadiga-se facilmente quando tenta concentrar-se.

Área de dificuldade: Impulsividade
Amostra de Condutas
Buscas curtas.
Trabalha rápido demais e por isso, comete erros por descuidos.
Não usa estratégias de planejamento.
Frusta-se facilmente.
Ainda que se conceitualize bem, é impaciente com detalhes.
Cálculos imprecisos.
Desatenção ou omissão de símbolos.

Área de dificuldade: Perseveração
Amostra de condutas
Tem dificuldade em mudar de uma operação ou um passo para outro.

Área de dificuldade: Inconsistência
Amostra de condutas
Resolve os problemas em um dia, mas no outro não.
É capaz de grande esforço, quando motivado.
Área de dificuldade: Automatização
Amostra de conduta
Não examina o trabalho.
Não pode indicar as áreas de dificuldade.
Não revisa previamente as provas.

Área de dificuldade: Linguagem/Leitura
Amostra de conduta
Tem dificuldades na aquisição do vocabulário matemático. Confunde dividido por/dividido entre; centena/centésimos; MMC/MDC; 4 menos X/ 4 menos X; antes/depois; mais/menos.
A linguagem oral ou escrita se processa lentamente.
Não pode nomear ou descrever tópicos.
Tem dificuldade em decodificar símbolos matemáticos.

Área de dificuldade: Organização espacial
Amostra de conduta
Tem dificuldade na organização do trabalho ba página.
Não sabe sobre qual parte do problema centrar-se.
Tem dificuldades representando pontos.
Perde as coisas.
Tem dificuldades para organizar o caderno de anotações.
Tem pouco sentido de orientação.

Área de diculdade: Habilidades grafomotoras
Área de condutas
Formas pobres do números, das letras e dos ângulos.
Alinhamento dos números inapropriados.
Copia incorretamente.
Necessita de mais tempo para complentar um trabalho.
Não pode escutar enquanto escreve.
Trabalha mais corretamente no quadro-negro do que no papel.
Escreve letra de forma em vez de letra cursiva.
Produz trabalhos sujos, com rasura, em vez de apagar.
Tem ineficaz domínio do lápis.
Escreve com os olhos muito próximos ao papel.

Área de dificuldade: Memória
Amostra de condutas
Não memoriza a tabuada de multiplicar.
Apresenta ansiedade frente a testes.
Ausência do uso de estratégias para o armazenamento de informações.
Pode recordar apenas um ou dois passos de cada vez.
Parte números ou letras.
Inverte seqüência de números ou letras.
Tem dificuldade para recordar seqüências de algorítmos, estações e meses, etc.

Área de difilculdade: Orientação no tempo
Amostra de condutas
Tem dificuldades em trabalhar com as hora.
Esquece ordem das aulas.
Chega muito cedo ou muito tarde à aula.
Tem dificuldades em ler o relógio analógico.
Área de dificuldade: Auto-estima
Amostra de condutas
Acredita que nem o maior esforço irá levá-lo ao êxito.
Nega a dificuldade.
É muito sensível a críticas.
Opõe-se ou rechaça ajuda.

Área de dificuldade:Habilidades sociais
Amostra de condutas
Não capta os códigos sociais.
É amplamente dependente.
Não adapta a conversação de acordo com a situação ou com audiência.

Texto extraido do livro: Manual de Dificuldades de Aprendizagem - Jesus Nicasio Garcia - Ed. Artmed. pg: 224 e 225.

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Dificuldades com leitura e compreensão

-Confusão com o aspecto parecido dos números, 6 e 9 ou 3 e 8.
-Falta de habilidade para compreender os espaços entre os números como por exemplo: 5 69 é lido como quinhentos e sesseta e nove.
-Dificuldades no reconhecimento, e portanto, no uso dos símbolos para calcular: mais, menos, multiplicação e divisão.
-Dificuldades na leitura de numeros com mais de um dígito. Números com zero podem especialmente dificultar. Exemplo: 4002 ou 304.
-Confusão na leitura da direção dos números: o 12 pode se tornar 21. Não é usual para algumas crianças mudarem a direção de alguns números que são lidos precisamente, da esquerda para direita, enquanto outras lêem de trás para frente.
-Problemas com leitura de mapas, diagramas e tabuada.
-Dificuldades com a escrita números e símbolos, com freqüência os números são revertidos.
-Problemas com cópias de números, cálculos e ilustração de figuras geométricas.
-Problemas em lembrar números, cálculos e memorizar a forma das figuras geométricas.
-Dificuldades de lembrar como os números e as operações são escritas. Nesse caso, pode ser mais fácil para o aluno escrever os números com letras.
-Dificuldades de lembrar como os símbolos matemáticas são escritos.
-Dificuldades na escritas de números com mais de um dígito. O zero pode não aparecer na hora da escrita, por exemplo: mil cento e sete pode ser escrito 107; dezessete pode ser escrito como 71 ou ainda, quatro mil quinhentos e trinta e cinco ser escrito em quatro diferente números(o número pode ser dividdo em partes): 4000, 5000, 30, 5.
-Dificuldades em entender conceitos e símbolos
-Dificuldades em entender os símbolos matemáticos e dificuldade em lembrar como deve ser usado, por exemplo, o sinal de menos.
-Problemas com o entendimento de conceitos de peso, espaço, direção e tempo.
-Problemas para entender perguntas orais ou escritas que são apresentadas com palavras, texto ou figuras.
-Problemas para entender conceito de soma, onde números são usados em conjunto com unidades como, por exemplo, 100 metros. Os problemas também podem ser no entendimento dos números ordinais, pois não entendem a seqüência, primeiro, segundo terceiro, etc.
-Problemas em entender as relações entre as unidades.
-Problemas na aplicação prática da matemática, por exemplo: A distância da casa de Ana até a escola é de 1 km. Maria mora duas vezes mais longe. Qual a distancia que Maria tem que percorrer para chegar à escola?
-Problemas com a seqüência dos números e fatos matemáticos
-Dificuldades em entender a posição dos números, maior ou menor. Exemplo: 16 vem antes ou depois de 17.
-Problemas com a seqüência dos números, a criança não entende automaticamente que 74 é 5 unidades a mais que 69, ou é incapaz de saber o lugar dos números 8 ou 27 na série numérica. Essas crianças tem que contar nos dedos para fazer um cálculo básico. Não conseguem memorizar a tabuada de multiplicação.
-Dificuldades em fazer cálculos mentais, devido a problemas de memória que faz com que o aluno perca números importantes usados na no cálculo.Problemas com contagem de trás para frente.Levam muito tempo para resolver tarefas simples.
-Problemas com pensamentos complexos.
-Dificuldades de escrever um pensamento, mostrando falta de habilidade para demostrar a estratégia na resolução de problemas ou como as estratégias podem se mudadas.
-Problemas em compreender os diferentes de passos em uma tarefa matemática.
-Dificuldades em abstrair dados em uma tarefa matemática e como proceder para resolvê-la.

Outras dificuldades
-Dificuldades com conceitos semelhantes de passado e futuro.
-Dificuldades em avaliar tarefas ou atividades que devem ser cumpridas.
-Fraca orientação espacial ou habilidades de resolver problemas espacias, mostrando ter limitado senso de direção ou tendo dificuldades de se ajustar a novos ambientes. Exemplo: Um novo trajeto para se chegar a escola.
-Variações de atenção e dificuldades de concentração.
-Memória limitada para nomes e rostos.Dificuldades em administrar dinheiro.
-Dificuldades em ler as horas.
-Dificuldades em processar informações apresentadas rapidamente e também distinguir o que é importante.
-Dificuldades com jogos que envolvam estratégia. Exemplo: xadrez.

O caso de Lisa.
Lisa não tem dificuldades com a matemática básica. Ela é muito boa em multiplicação e divisão. Apesar disso, contudo, ela tem dificuldades com a resolução de problemas matemáticos escritos. Ela frequentemente os erra. Em um exame geral de habilidade na leitura e compreensão ela mostrou que tem uma performance regular em ambos, lendo e escrevendo. Uma análise mais profunda em seu problema mostra claramente que ela tem dificuldades com a identificação de fatos básico no texto. Ela simplesmente não vê claramente que os números são relevantes para a tarefa matemática. Ela não sabe qual é o tipo de operação deve ser feita. Se é adição ou subtração.
O que aparenta é que a principal dificuldade de Lisa é com o planejamento, e que ela precisa de ajuda para encontrar boas estratégias para guiar as tarefas matemáticas. Eal precisa praticar um plano para resolver as tarefas matemáticas passo-a-passo em uma sequência contínua.
Um professor ou uma pessoa que não tiver conhecimento da discalculia, com certeza achará que essas dificuldades com a escrita das tarefas matemáticas podem que ser sanadas com exercícios para melhorar a leitura. Contudo, uma análise mais profunda, mostra que a dificuldade dela não está totalmente relacionada com problemas primários de leitura e isso demanda uma abordagem diferente na forma em como esses exercícios serão dados.
Texto traduzido do livro: What is dyscalculia? Dr B. Adler, 2001, pg 14 - 17.



Fatores que contribuem para as Dificuldades de Aprendizagem da Matemática

A suposição é que as causas das dificuldades de aprendizagem tenham bases biológicas, mas é o ambiente que fará com que essas dificuldades aumentem ou diminuam. Os fatores biológicos que contribuem para a ocorrência de uma dificuldade de aprendizagem podem ser divididos em quatro categorias:

Lesão Cerebral – nem sempre uma lesão cerebral é a base para que a criança tenha uma dificuldade de aprendizagem, mas algumas dificuldades podem surgir de uma lesão cerebral;
Alterações Desenvolvimentais – durante a gestação o sistema nervoso do novo indivíduo vai se desenvolvendo em etapas e esse desenvolvimento continua após o seu nascimento. Esse desenvolvimento é o que faz capaz de realizar tarefas que conforme o individuo vai crescendo se tornam mais complexas. Quando alguma etapa desse desenvolvimento é alterada, isso pode gerar uma dificuldade de aprendizagem.
Desequilíbrio Químicos– os neurotransmissores fazem a comunicação entre as células cerebrais. Qualquer alteração química pode fazer com que essa comunicação falhe. Esses desequilíbrios podem contribuir para alguns transtornos de aprendizagem, principalmente os que envolvem atenção, como o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e hipoatividade.
Hereditariedade – a hereditariedade também determina o desenvolvimento de dificuldade de aprendizagem. Segundo Smith e Strick (2001, p. 15), as dificuldades de aprendizagem levam as crianças a ter um comportamento que complicam mais essas dificuldades na escola, sendo eles: hiperatividade, fraco alcance de atenção, dificuldade para seguir instruções, imaturidade social, dificuldade com a conversação, inflexibilidade, fraco planejamento e habilidades organizacionais, distração, falta de destreza, falta de controle de impulsos. Esse comportamento se dá nas mesmas condições neurológicas das dificuldades de aprendizagem.

A importância em diagnosticar a discalculia

Há uma urgência grande para se descobrir cada vez mais cedo a discalculia nas crianças. Um diagnóstico completo não pode ser feito antes dos 10-12 anos de idade, mas por causa disso não devemos deixar de tentar descobrir as formas particulares de dificuldades que matemáticas a criança sofre.

Há um debate em andamento a respeito dos diagnósticos de dislexia, de discalculia, ou do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade se eles têm algum valor real. Esta preocupação tem fundamento, porque pode ser prejudicial diagnosticar todos as de dificuldades matemáticas como discalculia, e do mesmo modo todas as dificuldades com concentração como transtorno de déficit de atenção/hiperatividade . Entretanto, a dúvida não deve conduzir à recusa para fazer um diagnóstico específico. Nós corremos então no risco óbvio de não fornecer a ajuda relevante às crianças que estão certamente dentro necessidade dela.
Existem crianças e adolescentes que têm dificuldades matemáticas, ou dificuldades com leitura, e gradualmente adquirem uma imagem muito negativa de si mesmos. Sua autoestima e confiança são quebrados. Alguns expressam até pensamentos suicidas. Estas crianças devem ser a razão de se justificar a necessidade para diagnósticos exatos e específicos. Um diagnóstico exato afeta diversos indivíduos e grupos positivamente:

a criança;
os pais;
os professores;
os psicólogos e médicos;
a sociedade.
É extremamente raro encontrarmos com uma criança no inicio de sua vida escolar que peça para ser examinada por estar com dificuldades de matemática. Entretanto, os mais velhos o fazem, porque continuam a "falhar" na matemática, e querem saber o porque:"Qual é a razão real para minhas dificuldades em matemáticas? Como posso ser bom em muitos outros assuntos e não na matemática?” Essa situação torna-se frustrante e incompreensível. Um diagnóstico permite que a maioria de crianças mais velhas compreendam a razão para suas dificuldades. Isto ajuda também aos pais a procurar uma especializada que possa fornecer recursos corretivos apropriados. [O governo deveria oferecer isso].

Para professores e psicólogos escolares o diagnóstico é valioso porque os permite planejar o trabalho corretivo exato, melhorando sucesso das lições. O diagnóstico indica formalmente os tipos de recursos que devem ser utilizados para a dificuldade.

Às vezes os professores expressam preocupações sobre um diagnóstico. Ficam receosos que a criança irá relaxar no seu aprendizadoe parar de tentar trabalhar ativamente com a matemática, pensando: “Bem, eu tenho o discalculia! Então eu não posso fazer os exercícios de matemática de qualquer maneira!” As dúvidas dispersam-se geralmente uma vez que o professor começa um diálogo com a criança e seus pais. Com um bom diálogo as dificuldades da criança são feitas óbvias, mostrando as maneiras possíveis trabalhar com matemática, garantindo assim, que a criança receba o tratamento apropriado. Ao mesmo tempo é eliminado o risco de que ela desenvolva sintomas psiquiátricos como o depressão e pensamentos suicidas.

Um diagnóstico é de grande importância às escolas e a sociedade em geral. Os responsáveis pelas decisões e os líderes de comunidade necessitam saber que o grupo de pessoas com discalculia é grande. Este conhecimento é atualmente muito deficiente. O que os responsáveis pelas decisões ou um líder sabem é que muito muitos estudantes estão falhando na matemática, uma proporção muito maior do que aqueles que têm dificuldades com línguas. Isto nos chama para a examinar a situação. Se formos relutantes fazer um diagnóstico então estaremos impedindo que as crianças tenham o direito de ser ajudadas.

Foi mencionado acima que um diagnóstico final (completo) não pode ser feito antes que a criança esteja aproximadamente 10-12 anos de idade. Entretanto, isto não deve nos fazer parar com o trabalho corretivo apropriado antes dessa idade. Sobretudo temos que aprender a nos comunicarmos abertamente com a criança sobre suas dificuldades e experiências. Os problemas que relatam não podem ser os mesmos que suas próprias percepções de seus problemas. Embora nós não possamos estar certos sobre a natureza exata de suas dificuldades, é necessário começar imediatamente o trabalho corretivo. Se nós esperarmos até que a criança esteja velha o bastante para um diagnóstico apropriado, nós podemos ter desperdiçado o tempo precioso e ter causado à criança muitos anos desnecessários do esforço e da falha. A ajuda é necessária.

Texto traduzido e adaptado do livro: What is dyscalculia? Dr B. Adler, 2001, pg 23 - 25.






O diagnóstico da discalculia: CID-10 e DSM-IV


Discalculia não é uma doença. Nem é necessariamente uma condição crônica. Nosso corpo e mente dão forma a um equilíbrio dinâmico que esta constantemente em mudança se adaptando às novas situações. As habilidades cognitivas de um estudante podem progredir além de seu diagnóstico original. Os estudantes podem ter uma vida normal fora das dificuldades matemáticas específicas, embora os problemas frequentemente tendam a remanescer com eles na vida adulta. É importante compreender que as avaliações são somente válidas por um tempo relativamente curto, um ano para crianças e adolescente e menos de dois anos para adultos.

Fazer um diagnóstico é um conceito médico. Durante muitos anos, a ciência médica construiu um modelo biológico para compreensão progressiva dos diferentes transtornos. Este modelo permite desenvolver sistemas de classificação worldwide estandardizados para doenças. Hoje há dois sistemas predominantes.
O CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) é uma classificação estatística internacional das doenças, dos ferimentos e das causas da morte que é publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Seu alvo é criar uma fundação padrão e estável universal para o desenvolvimento da ciência médica.

Devido as críticas recebidas pelo sistema CID, a Associação Americana dos Psiquiatras, (APA), desenvolveu o alternativo DSM (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais). Um dos objetivos principais do DSM é fornecer uma descrição exata de todos os sintomas médicos de modo que seja consultado por doutores ou profissionais de saúde para que possam fazer um diagnóstico correto.

Observação: Antes que um diagnóstico positivo da discalculia seja feito, causas tais como o ensino inadequado ou incorreto, os problemas com visão, audição ou os danos ou doenças neurológicas e doenças psiquiátricas devem ser eliminadas.

CID-10 : F81.2 TRANSTORNO ESPECÍFICO DA HABILIDADE EM ARITMÉTICA

Transtorno que implica uma alteração específica da habilidade em aritmética, não atribuível exclusivamente a um retardo mental global ou à escolarização inadequada.
O déficit concerne ao domínio de habilidades computacionais básicas de adição, subtração, multiplicação e divisão mais do que as habilidades matemáticas abstratas envolvidas na álgebra, trigonometria, geometria ou cálculo.
Inclui:

Acalculia de desenvolvimento .
Discalculia.
Síndrome de Gerstmann de desenvolvimento .
Transtorno de desenvolvimento do tipo acalculia
Exclui:
acalculia SOE.
dificuldades aritméticas:
associadas a um transtorno da leitura ou da soletração .
devidas a ensino inadequado



DSM -IV : F81.2 - 315.1 TRANSTORNO DA MATEMÁTICA

Características Diagnósticas

A característica essencial do Transtorno da Matemática consiste em uma capacidade para a realização de operações aritméticas (medida por testes padronizados, individualmente administrados, de cálculo e raciocínio matemático) acentuadamente abaixo da esperada para a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade do indivíduo (Critério A).

A perturbação na matemática interfere significativamente no rendimento escolar ou em atividades da vida diária que exigem habilidades matemáticas (Critério B). Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades na capacidade matemática excedem aquelas geralmente a este associadas (Critério C).

Caso esteja presente uma condição neurológica, outra condição médica geral ou déficit sensorial, isto deve ser codificado no Eixo III. Diferentes habilidades podem estar prejudicadas no Transtorno da Matemática, incluindo habilidades "lingüísticas" (por ex., compreender ou nomear termos, operações ou conceitos matemáticos e transpor problemas escritos em símbolos matemáticos), habilidades "perceptuais" (por ex,. reconhecer ou ler símbolos numéricos ou aritméticos e agrupar objetos em conjuntos), habilidades de "atenção" (por ex., copiar corretamente números ou cifras, lembrar de somar os números "levados" e observar sinais de operações) e habilidades "matemáticas" (por ex., seguir seqüências de etapas matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).

Características e Transtornos Associados

Consultar a seção "Características e Transtornos Associados" referente aos Transtornos da Aprendizagem. O Transtorno da Matemática em geral é encontrado em combinação com o Transtorno da Leitura ou o Transtorno da Expressão Escrita.

Prevalência

A prevalência do Transtorno da Matemática é difícil de estabelecer, uma vez que muitos estudos se concentram na prevalência dos Transtornos da Aprendizagem, sem o cuidado de separar transtornos específicos da Leitura, Matemática ou Expressão Escrita.

A prevalência do Transtorno da Matemática isoladamente (isto é, quando não encontrado em associação com outros Transtornos da Aprendizagem) é estimada como sendo de aproximadamente um em cada cinco casos de Transtorno da Aprendizagem. Estima-se que 1% das crianças em idade escolar têm Transtorno da Matemática.

Curso

Embora os sintomas de dificuldade na matemática (por ex., confusão para conceitos numéricos ou incapacidade de contar corretamente) possam aparecer já na pré-escola ou primeira série, o Transtorno da Matemática raramente é diagnosticado antes do final da primeira série, uma vez que ainda não ocorreu suficiente instrução formal em matemática até este ponto na maioria dos contextos escolares.

O transtorno em geral torna-se visível durante a segunda ou terceira série. Particularmente quando o Transtorno da Matemática está associado com alto QI, a criança pode ser capaz de funcionar no mesmo nível ou quase no mesmo nível que seus colegas da mesma série, podendo o Transtorno da Matemática não ser percebido até a quinta série ou depois desta.

Diagnóstico Diferencial

Consultar a seção "Diagnóstico Diferencial" relativa aos Transtornos da Aprendizagem.

Critérios CID-10/DSM-IV

Critérios Diagnósticos para F81.2 - 315.1 Transtorno da Matemática
A. A capacidade matemática, medida por testes padronizados, individualmente administrados, está acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do indivíduo.
B. A perturbação no Critério A interfere significativamente no rendimento escolar ou atividades da vida diária que exigem habilidades em matemática.
C. Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades na capacidade matemática excedem aquelas geralmente a este associadas.
Nota para a codificação: Caso esteja presente uma condição médica geral (por ex., neurológica) ou déficit sensorial, codificar no Eixo III.

Traduzido e adaptado do livro What is dyscalculia? Dr B. Adler, 2001, pg. 64 e 65.



A discalculia pode ser curada?

Os pais, assim como os professores têm importantes questões sobre discalculia. As perguntas mais freqüentes são:

Que tipo de dificuldades a dislcalculia se refere?
Será que fiz algo de errado?
Que tipo de ajuda é necessária?
A discalculia pode ser curada?
É importante que estas questões sejam respondidas na fase inicial, para se evitar ansiedade desnecessária.
Obviamente, os pais querem saber qual o tipo de dificuldades a criança tem. Eles muitas vezes perguntam ao profissional se ele conhece determinado tipo de dificuldade: Você já conheceu outras crianças com problemas semelhantes? Se o profissional ainda não tratou crianças com determinado tipo de dificuldades, os pais devem ser informados. O importante que se conheça a dificuldade de aprendizagem e formas de tratamentos estudados.
Muitos pais se sentem culpados. Acham ter feito alguma coisa errada, ou talvez por não ter feito o suficiente. Isso não deve ser encarado dessa forma. A criança precisa dos pais para se sentir segura e conseguir e seguir o tratamento com sucesso.
A discalculia pode ser curada? A resposta simples é sim! O diagnóstico discalculia é sempre apenas uma descrição do atual estágio de desenvolvimento, aplicável por um período máximo de um ano. Como a criança desenvolve, as dificuldades que existiam no ano anterior podem ter minimizado ou quase desaparecem.
Se a criança está recebendo tratamento adequado, a possibilidade de desenvolvimento da capacidade matemática é grande. No entanto, muitas vezes algumas partes das dificuldades permanecem de uma forma suave, por exemplo, as dificuldades em recordar fatos numéricos. É habitual que os estudantes irão continuar a ter características destas dificuldades, de uma forma suave, em toda a vida adulta. Capacidade de concentração, no entanto, geralmente melhora consideravelmente, e que muitas vezes vem com a compreensão de conceitos matemáticos e símbolos.

Traduzido e adaptado do livro What is dyscalculia? Dr B. Adler, 2001, pg. 27



Desenvolvimento das Habilidades da Matemática

Essas são as habilidades que deverão ser desenvolvidas quando as criança estiver na série citada.
O que devemos saber é que o desenvolvimento de habilidades acontece de forma diferente em cada indivíduo. Algumas crianças conseguem seguir de forma correta esse padrão e outras não.
É quando acontece um atraso muito grande no desenvolvimento dessas habilidade que devemos ficar alerta e procurar um médico para que seja avaliada e diagnóstica uma possível Dificuldade de Aprendizagem da Matemática.


Pré-Escola
Combina/seleciona/nomeia objetos por cor, tamanho e forma; conta/soma até nove objetos; avalia objetos por quantidade, dimensões, tamanho (p. ex., mais/menos, mais longo/menor, mais alto/mais baixo, maior/menor/igual; recita e reconhece numeros de 1-20; escreve números de 1-10; compreende conceitos de adição e subtração; conhece símbolos +, -, =: reconhece o todo X metade; compreende os ordinais (primeiro, quinto); aprende conceitos incipentes de peso, tempo (p. ex., antes/depois; compreende que o almoço é às 12 horas; diz a hora no relógio), dinheiro (sabe o valor de algumas moedas) e temperatura (mais quente/mais frio); tem consciência de localização (p. ex., acima/abaixo, esquerda/direita, mais próximo/mais distante); interpreta mapas simples e gráficos.

Primeira Série
Conta/lê/escreve/ordena número até 99; começa a aprender fatos da adição e subtração; realiza problemas simples de adição/subtração (p. ex., 23 + 11); compreende multiplicação como sendo a adição repetida; conta de 2 em 2, de 5 em 5 e de 10 em 10; identifica números pares e ímpares; estima respostas; compreende 1/2, 1/3, 1/4; obtém conhecimento elementar do calendário (p. ex., conta quantos dias dias até seu aniversário), tempo (diz a hora em termos de meia hora; compreende horários, lê relógio digital), medidas (uma xícara, uma colher de chá, um litro, cm, kg) e dinheiro (sabe o valor de agumas moedas; compara preços); soluciona problemas verbais simples com números; lê gráficos e mapas.

Segunda Série
Identifica/escreve números até 999; soma/subtrai números com dois e três dígitos com e sem reagrupamento (p. ex., 223 + 88, 124 - 16); multiplica por 2, 3, 4, 5; conta de 3 em 3, de 5 em 5, de 10 em 10 e de 100 eme 100; lê/escreve numerais roamnos até XII; conta dinheiro e faz troco até 10 reais; reconhece dias da semana, meses, estações do ano no calendário; diz a hora em termos de 5 minutos em um relógio com ponteiros; aprende medidas básicas (centímetros, metros, gramas, quilograma); reconhece equivalentes (p.ex., dois quartos = metade, quatro quartos = um inteiro); divide área em 2/3, 3/4, décimos; faz graficos com dados simples.


Terceira Série
Compreende milhares; soma e subtrai números de quatro dígitos (p.ex., 1 017 - 978); aprende fatos da multiplicação até 9 x 9; soluciona problemas simples de multiplicação e divisão (642 x ou dividido por 2); relaciona divisão com subtrações repetidas; aprende numerais romanos mais difíceis; introdução a frações (soma/estima/organiza frações simples; compreende números mistos); e geometria (identica hexágono, pentágono); compreende diâmetro, raio, volume, área; compreende decimais, começa aprender números negativos, probabilidade, porcentamegem, razão; soluciona problemas verbais mais difíceis de matemática.

Quarta Série
Soma colunas de três ou mais números; multiplica números de três dígitos por números de dois dígitos (348 x 34); realiza divisão simples (44/22); reduz frações a seus menores termos; soma/subtraius frações com diferentes denominadores (3/4 + 2/3); soma/subtrais decimais, converte decimais em porcentagens; conta/faz troco para 20 reais; estima a hora; pode medir o tempo em horas, minutos e segundos; realiza cáculos de áreas de retângulos; identifica linhas paralelas, perpendiculares e com intersecção; calcula peso em toneladas, extensão em metros e volume em centímetros cúbicos.

Quinta Série
Multiplica números com três dígitos (962 x 334); pode realizar problemas mais difíceis de divisão (102 dividido por 32); soma, subtrai, multiplica números mistos; divide um número inteiro por uma fração; representa frações como decimais, proporções, percentuais; soma, subtrai, multiplica com os demais, divide um decimal por um número inteiro; compreende uso de equações, fórmulas, "trabalhar de trás para frente"; estima produtos e quocientes; começa aprender sobre expoentes, maior denominador comum, bases, fatores primos, números compostos, números inteiros; compreende porcentagens, razões; compreende média, mediana, modo; mede área/circunferência de um círculo, perímetro/áreas de triângulos e paralelogramos; realiza conversões métricas; usa compasso, transferidor; lê desenhos em escala.

Ensino Médio
Domina ordem de operações em problemas complexos; multiplica/divide frações; soma, subtrai, multiplica, divide decimais em termos milionésimos; converte decimais para fração, percentuais, proporções; compreende números reais, racionais, irracionais e diferentes bases numéricas, calcula raízes quadrada e cúbica; estima porcentagens/proporções; calcula descontos, impostos em liquidações, gorjetas em restaurantes; compreende margem de lucros, comissão, juros simples, juros compostos, percentual de aumento/desconto; compreende ângulos (complementares. suplementares, adjacentes, receptores, congruentes...); calcula volume de cilindro; calcular arco do círculo; compreende figuras equilaterais, isósceles, escalenas, obtusas; organiza conjuntos de dados; coordenadas em gráficos, transformações, reflexos, rotações, equações com duas variáveis; soluciona equações pela substtuiição; começa a aprender sobre probabilidade condicional, permutações, análise fatorial, freqüência relativa, curva normal; teorema de Pitágoras; aprofunda conhecimento sobre habilidades e conceitos aprendidos anteriormente.

Texto extraído e adaptado do livro: Dificuldades de Apendizagem de A a Z - Corinne Smith e Lisa Strick, 2001 - Ed Artmed. pg. 316 e 317





Estilo

Patchwork

Decora

Crochet